Gita Govinda


de SRI JAYADEVA


SWAMI KRISHNAPRIYANANDA SARASWATI
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© SOCIEDADE INTERNACIONAL GITA DO BRASIL

Capítulo Um
Samoda Damodara
(O Espanto de Damodara)
Nandi Sloka
Verso de Abertura
Megahirduramvaram vanabhuvah syamastamaladrumari
Naktam bhirurayam tvameva tadimam radhe grham prapaya
Ittham nandanidessidesatascalitayoh
Pratyadhvakurnjadrumam
Radhamadhavarjojayanti yamunakule raharhkelayah
Em certo anoitecer Krishna estava com seu pai, Nanda, na gosala. Nanda encontrando-se com Radharani e Suas sakhis disse:
“ Oh Radhike! Meu filho se assusta com facilidade. E veja como o céu está repleto de nuvens carregadas... e a floresta mergulha em uma profunda escuridão com suas árvores tamalas. Assim peço a Você que escolte Krishna de volta para casa.” Diante do pedido de Nanda, Radha e Madhava se embrenham pelos nikunjas da floresta às margens do Jamuna para desfrutarem das brincadeiras de amor em segredo; que esseRaha Keli seja sempre glorificado manifestando-se nos corações dos rasika bhaktas.
Capítulo Um
Samoda Damodara
(O Espanto de Damodara)
Verso 2
Bagdevata carita citrita citta sadma
Padmavati caran carana cakrabartti
sri vasudeva ratikeli katha sameta
metam karoti jayadeva kavih prabandham
O trovador maior de Radhika, Sarva Lakshmi May (Jaydeva também conhecido como submisso amante de Padmavati), cujo coração é a morada que transborda em poesia do lila escreveu essa narraçãoretratando os passatempos rati keli (de amor apaixonado) que se dá quando Krishna e Shri Se amam.
Capítulo Um
Samoda Damodara
(O Espanto de Damodara)
Verso 3
Jadi harismarane sarasam mano
Jadi vilasa kalasu kutuhalam
Madhura komala kanta padavlim
Srnu tada jayadeva sarasvatim
ndham
“Ei Rasika Bhaktas! Que tal trazer uma refrescante cena para suas mentes lembrando-se de Shri Krishna no Seu madhura lila? Vocês tem curiosidade de saber sobre os romances eróticos dEle com as vraja gopis? Então, não deixem de ouvir a doce e profunda poesia composta por Jayadeva.”
Verso 4
vacam pallavayatyumapatidharan sandarbhasuddhim giram
jänéte jayadeva eva saranaù slaghyo duruhadrute 
sringarottarasatprameyaracanairacaryagovardhana
spardhi ko'pi na visrutah srutidharo dhoyi kaviksmapatih
O poeta Umapatidhara usa palavras com prolixidade, e com expansivo significado; o poeta Sharana é digno de elogio devido a sua inefável velocidade no jogo de palavras; mas ninguém é adversário para o poeta de Govardhana, noa priorização do romance; o poeta Shrutidhara é renomado na sua forma de escrever, o poeta Dhoyii é o rei entre os poetas, mas apenas o poeta Jayadeva conhece com intimidade as palavras adequadas e seu jogo (para descrever os passatempos amorosos de Radha e Krishna).
Se a lembrança de Hari aformoseia seu coração, se a extraordinária arte da sedução d´Ele abala seus sentimentos, então ouça a poesia de Jayadeva nessas doces canções de acetinado lirismo.
Verso 5
Pralaya-payodhi-jale dhrtavan-asi vedam
Vihita-vahitra-caritram akhedam
Kesava ¡ dhrta-mina-sarira ¡ jaya jagadisa hare
Ó keshava! Ó Você que assume a forma de um peixe! Ó Jagadisa! Ó Você que remove as tribulações de Seus devotos! Todas as glórias a Você, porque nas águas da dissolução universal Você com facilidade age como um barco, assim resgatando os vedas e liberando Satyavrata – Rsi e os sete sábios principais. (o demônio Hayagriva furtou os vedas. Vishnu encarnou como Matsya para matá-lo e resgatar os Vedas).
Verso 6
Ksitir-iha vipulatare tisthati tava prsthe
Dharani-dharana-kina-cakra-garisthe
Kesava, dhrta-kurma-sarira! Jaya jadadisa! Hare
Ó Kesava! Você que assume a forma de uma tartaruga (Kurma)! Ó Jagadisa! Ó Você que furta o coração de Seus devotos! Todas as glórias a Você! Porque nessa encarnação Você segura a montanha Mandara e todo planeta Terra em seu casco inteiriço, que está agora adornado com muitas depressões que parecem cicatrizes.
Verso 7
Vasati dasana-sikhare dharani tava lagna
Sasini kalanka-kaleva nimagna
Kesava ! dhrta-sukara-ruupa! Jaya jagadisa! Hare
Ó Kesava! Ó Você que assume a forma de um javali (Varaha)! Ó Jagadisa! Ó Você que assume o pecado de Seus devotos! Todas as glórias a Você, porque o planeta Terra que mergulhou no oceano na parte inferior do universo se posiciona fixo na ponta de Sua presa semelhante a uma mancha sobre a lua.
Verso 8
Tava kara-kamala vare nakham adbhuta-srngan
Dalita-hiranyakasipu-tanu-bhrngam
Kesava ! dhrta-narahari-rupa! Jaya jagadisa!
Ó Kesava! Ó Você que assume a forma metade homem metade leão (Narahari)! Ó Jagadisa! Ó Você que remove o sofrimento de Seus devotos! Todas as glórias a Você, porque com uma de suas unhas maravilhosas que parecem pétalas de Suas belas mãosde lótus Você despedaçouo corpo da abelha Hiranyaksipu. O assombroso disso é que normalmente sãoas abelhas que despedaçam as pétalas do lótus, porém aqui as pétalas despedaçam a abelha.
Verso 9
Chalayasi vikramane balim adbhuta-vamana !
Pada-nakha-nira-janita-jana-pavana!
Kesava! Dhrta-vamana-rupa! Jaya jagadisa ! hare
Ó Keshava! Ó Você que assume a forma de um anão brahmana (Vamana)! Ó Jagadisa! Ó Hare que destrói o falso ego de Seus devotos! Todas as glórias a Você, porque na hora de medir a Terra Você enganou Bali Maharaja com Seus passos firmes e por meio das águas do Gangesque emanam das unhas dos Seus pés de lótus, Você purifica todos os residentes desse mundo.
Verso 10
Ksatriya-rudhira-maye jagad-apagata-papam
Snapayasi payasi samita-bh€va-tapam
Kesava ! dhrta-bhrgupati-rupa! Jaya jagadisa ! hare
Ó Keshava! Ó Você que assume a forma de Parasurama! Ó Jagadisa! Todas as glórias a Você, porque remove todos os tormentos dos pecados e sofrimentos dos habitantes deste mundo ao banhar a terra (em Kuruksetra) com rios de sangue dos corpos dos Kshatryias demoníacos que Você matou.
Verso 11
Vitarasi diksu rane dikpati-kamaniyan
Dasa-mukha-maulibalim ramaniyam
Kesava! Dhrta-rama-sarira ! jaya jagadisa! Hare
Ó Kesava! Ó Você que assume a forma de Ramacandra, ó Jagadisa! Ó Você que remove o sofrimentos dos Rsis. Todas as glórias a Você, porque na batalha de Lanka Você destrói o demônio Ravana e distribui as cabeças dEle como uma prazerosa oferenda às deidades que presidem as dez direções, as quais por isso muito ansiaram por terem sido atormentadas por esse monstro.
Verso 12
Vahasi vapusi visade vasanam jaladabham
Hala-hati-bhiti-milita-yamunabham
Kesava! Dhrta-haladhara-rupa! Jaya jagadisa! Hare
Ó Kesava! Ó Você que assume a forma de Balarama ! Ó Jagadisa! Ó Você que destrói a arrogância dos perversos! Todas as glórias a Você em Seu reluzente corpo branco. Você usa trajes da cor de uma azulada nuvem carregada. Essas roupas ostentam o mesmo belo tom escuro do Yamuna. E Você é muito temido devido o golpe de Seu arado.
Verso 13
Nindasi yajna vidher-ahaha sruti-jatam
Sadaya-hrdaya! Darsita-pasu-ghatam
Kesava! Dhrta-budha-sarira! Jaya jagadisa! Hare
Ó Kesava! Ó Você que assume a forma de Buda! Ó Jagadisa! Ó Você que dissipa o ateísmo! Ó hare! Todas as glórias a Você porque o Seu coração é pleno de compaixão. Por isso Você defendeu a não violência como principio religioso supremo. Ah! Você censura os srutis que prescrevem a execução de sacrifícios que infligem dor aos animais.
Verso 14
mleccha-nivaha-nidhane kalayasi karavalam
Dhumaketum iva kim api karalam
Kesava! Dhrta-kalki-sarira! Jaya jagadisa! Hare
Ó Kesava! Ó Você que assume a forma de Kalki! Ó Jagadisa! Ó Você que remove a sujeira da era de Kali ! Todas as glórias a Você! Porque como um cometa que significa a eminente destruição dos infiéis, Você aparece com Sua imensa e terrível espada com que aniquila os bárbaros que vivem no final da Kaliyuga.
Verso 15
shri-jayadeva-kaver idam uditam udaram
srnu sukuhadam subhadam bhava-saram
kesava ! dhrta-dasa-viha-rupa! Jaya jagadisa ! hare
Ó Kesava! Ó Você que assume essas dez formas! Ó Jagadisa! Ó Você que remove os desejos materiais de Seus devotos! Todas as glórias a Você! Minhas humildes súplicas aos Seus pés de lótus são para que Você ouça, por favor, esse Dasavatara – Stotra composto pelo poeta Jayadeva, eis que aqui se descreve a essência de Suas encarnações e por Sua máxima excelência outorga a felicidade e auspiciosidade.
Verso 16
Vedan uddharate jaganti vahate bhu-golam-udvibhrate
Daityan darayate balim chalayate ksatra-ksayamkurvate
Paulastyam jayate halam kalayate karunyam atanvate
Mlecchan-murchayate dasakrti-dasakrti-krte krsnaya tubhyam namah
Ó Shri Krsna, Você advém em dez encarnações! Eu ofereço centenas de pranamas a Você, porque como Matsya Você resgatou os vedas, como Kurma Você amparou o planeta Terra, como Varaha Você levantou a Terra com suas presas, como Nrsinha Você abriu o peito do demônio Hiranyakasipu, como Vamana Você enganou Bali, como Parasurama Você matou os malvados ksatryas, como Rama Você conquistou Ravana, como Balarama Você empunhou o arado, como Buda Você demonstrou compaixão para com todas entidades vivas, e como Kalki Você varre os bárbaros que restarem no final da Kali yuga.
Verso 17
shri mangala gitan
Srita –kamalakuca-mandala! Dhrta-kundala! E
Kalita-lalita-vanamala!jaya jaya deva! hare
Refrão:
Radhe krsna govinda gopala nanda –dulala yasodha-dulala
Ó Você que se abriga nos seios de sarva-laksmi-mayi- shrimati Radhika!
Ó Você que usa brincos em forma de peixe e uma encantadora guirlanda de flores silvestres!
Deva! Hare! Todas as glórias a Você!
Verso 18
shri mangala gitan
Dina-mani-mandala-mandana! Bhava-khandana e
Muni-jana manasa-hamsa! Jaya jaya deva! hare
Ó Você que é o ornamento supremo de todo o sistema solar! Ó Você que corta as ataduras do mundo material! Ó cisne que caminha bem aventurado no lago das mentes dos sábios introspectivos! Deva! Hare ! Todas as glórias a Você!
Verso 19
shri mangala gitan
Kaliya-visadhara-ganjana. Jana–ranjana! E
Yadu-kula-malina-dinesa! Jaya jaya deva! hare
Ó conquistador da arrogância de kaliya e encantador dos vrajavasis! Você é sol que faz as flores de lótus da dinastia yadu desabrochar! Deva! Hare! Todas as glórias a Você!
Verso 20
shri mangala gitan
Madhu-mura-naraka-vinasana! Garudasana! E
Sura-kula-keli-nidana! Jaya jaya deva! hare
Ó destruidordos demônios, Madhu, Mura e Naraka! Ó Você que monta em Garuda! Ó causa original do deleite dos semideuses! Deva! Hare! Todas as glórias a Você!
Verso 21
shri mangala gitan
Amala-kamala-dala-locana! Bh€va-mocana! E
Tri-bhuvana-bhavana-nidhana! Jaya jaya deva! hare
Ó Você cujos grandes olhos são como pétalas de lótus imaculadas e que liberam as almas do mundo material! Ó fundamento de todos os três mundos! Deva! Hare! Todas as glórias a Você!
Verso 22
shri mangala gitan
Janaka-suta-krta-bhusana! Jita-sudana! E
Sâmara-samita-dasakantha! Jatya jaya deva! hare
Ó Você que no Rama-Lila foi ornamentado pela filha de Janaka, que conquistou o demônio Dusana e derrotou Ravana na batalha! Deva! Hare! Todas as glórias a Você!
Verso 23
shri mangala gitan
Abhinata-jaladhara-sundara! Dhrta-mandara! E
Sri -mukha-candra-cakora! Jata jaya deva! hare
Ei Syamasundara, Sua tez é como a nuvem carregada !Ó Você que suporta a montanha Mandara! Ó pássaro cakora que está tão enamorado da lua do rosto de Srimati Radhika! Deva! Hare! Todas as glórias a Você!
Verso 24
shri mangala gitan
Tava carane pranata vayam iti bhavaya e
Kuru kusalam pranatesu jaya jkaya deva! Hare
Ó Prabhu, Você remove as tribulações de Jayadeva, nós, os devotos que nos prostramos a Seus pés lhe imploramos que, por favor, outorgue-nos auspiciosidade!
Verso 25
shri mangala gitan
Sri-jayadeva-kaver idamkurute mudam
mangalam –ujjvala-gitam jaya jaya deva! hare
Ei Deva! Que essa imaculada e auspiciosa canção composta pelo poeta Jayadeva sempre Lhe dê prazer e também a Seus devotos que a cantam e ouvem! Deva! Hare! Todas as glórias a Você!
Verso 26
shri mangala gitan
Padmapayodhara tati parirambha lagna
Kasmira mudritamuro madhusudanasya
Vyaktananuragomiva kheladanangakheda
Svedamburpuramanupruayatu priyah bah
Quando Madhusudhana acariciava os seios de Vraja Lakshmi Radha, o kunkuma que ali estava passava para o peito desnudo dEle. Isso nos lembra que o profundo amor do Seu coração agora está se mostrando através dessas marcas avermelhadas de paixão. E devido à fadiga do ato amorosoo peito dEle está molhado de suor. Oh leitor! Que esse fluxo amoroso inunde o seu coração de bem aventurança divina.
Verso 27
shri mangala gitan
Vasante vassanti kusuma sukumarairvayair
Bhramantim kantare bahu vihita krsnanusaranam
Amandam kandarpa jvara janitacintakulataya
Valadvadham radham sarasamidamuce sahacari
A primavera chegou e os ternos membros do corpo kishori de Radha que se assemelham às flores da primavera perambulam como uma videiraem flor. Nesse momento o Cupido a tortura com pensamentos dolorosos enquanto Ela vagueia pela floresta na busca por Krishna. Nisso para consolar Radha, uma amiga (sakhi) entoa uma canção madhura com todo afeto:
Verso 28
“A estação da primavera em Vrindavana”
a terceira Canção cantada em Raga Vasanta
Lalita labanga lata parisilana komala malaya samire
Madhukara nidara karambita kokila kujita kunja kutire
Viharati harir iha sarasa vasante
Nrtyati yuvati janena samam sakhi virahi janasya durante
“Ei sakhi Radhe! Olhe aquelas maravilhosas labanga latas que ondulam no frenesi da suave brisa do sul enquanto as abelhas zumbem e os kokilas cantam avivando o nikunja mandira com a doçura de seu canto. Esta estação rasamaya é a causa do tormento daqueles que como Você estão separados de seu amor. Mas com certeza Krishna está desfrutando do vana vihara da primavera enquanto Ele dança com jovens mocinhas vraja kishoris. Sem dúvida essa é uma estação cruel para os amantes que foram abandonados.
Verso 29
“A estação da primavera em Vrindavana”
a terceira Canção cantada em Raga Vasanta
Unmada madana manoratha pathika badhujana janita vilape
Alikula sankula kusuma samuha nirakula bokula kalape 
Viharati harir iha sarasa vasante
Nrtyati yuvati samam sakhi virahi janasya durante
“Oh sakhi Raí! Veja que as abelhas deleitam-se extraindo pólen das flores bokula que desabrocham, e com isso todas as moças desprezadas ao verem essa cena choram por seu amor em fantasias de loucura.”
(Coro): “Com certeza Krishna está desfrutando do vana vihara da primavera enquanto Ele dança com jovens mocinhas vraja kishoris. Sem dúvida essa é uma estação cruel para os amantes que foram abandonados.”
Verso 30
“A estação da primavera em Vrindavana”
a terceira Canção cantada em Raga Vasanta
Mrgamada saurabha rabhasa vasamvada
Navadala mala tamale
Yuvajana hrdaya vidarana manasija nakharuci kinsuka jale
Viharati harir iha sarasa vasante
Nrtyati yuvati janena samam sakhi virahi jansya durante.
“Oh Radhe! As árvores tamala em flor exalam uma fragrância que supera o aroma do almíscar enquanto que as flores palasa que desabrocham são como as unhas do Cupido ao dilacerarem o coração de todas as mocinhas.”
Com certeza Krishna está desfrutando do vana vihara da primavera enquanto Ele dança com jovens mocinhas vraja kishoris. Sem dúvida essa é uma estação cruel para os amantes que foram abandonados.”
Verso 31
“A estação da primavera em Vrindavana”
a terceira Canção cantada em Raga Vasanta
Madana mahipati kanaka danda ruci kesara kusuma vikase
Milita silmukha patali patala krta smara tuna vilase
Viharati harir iha sarasa vasante
Nrtyati yuvati janena samam skahi virahi janaya durante. .
“Oh sakhi Rai! Essas flores naga kishoras com seus pistilos cor de açafrão reluzentes são comoo guarda chuva dourado do Cupido; e essas rosas estão cercadas por abelhas que sobrevoam a aljava (sacola das flechas) do amor personificado (Cupido).
Com certeza Krishna está desfrutando do vana vihara da primavera enquanto Ele dança com jovens mocinhas vraja kishoris. Sem dúvida essa é uma estação cruel para os amantes abandonados.”
Verso 32
“A estação da primavera em Vrindavana”
a terceira Canção cantada em Raga Vasanta
Vigalita lajjita jagad avalokana taruna karunakrta hase
Virahi nikrantana kunta mukhakrti ketaki danturitase
Viharati harir iha sarasa vasante
Nrtyati yuvati janena samam skahi virahi janasya durante. . .
Ao ver a castidade do mundo desaparecer, as parreiras sorriem através de seus novos botões; porém as pétalas pontiagudas como dentes afiados das flores ketaki ferem como cactos os corações das moças aflitas em desejos românticos.
Com certeza Krishna está desfrutando do vana vihara da primavera enquanto Ele dança com jovens mocinhas vraja kishoris. Sem dúvida essa é uma estação cruel para os amantes abandonados.”
Verso 33
“A estação da primavera em Vrindavana”
a terceira Canção cantada em Raga Vasanta
Madhavika parimala lalite nava malikayati sugandhau
Muni manasam api mohana karini tarunakaruna bandhau
Viharati harir iha sarasa vasante 
Nrtyati janena samam skahi virahi jansya durante
No ar pode-se sentir a mistura da fragrância das guirlandas madhavis refrescantes e das trepadeiras nava malika. Embora a primavera tenha roubado as mentes dos munis e seus corações de eremitas, essa atmosfera é a genuína amiga de todos os românticos.
Com certeza Krishna está desfrutando do vana vihara da primavera enquanto Ele dança com jovens mocinhas vraja kishoris. Sem dúvida essa é uma estação cruel para os amantes abandonados.
Verso 34
“A estação da primavera em Vrindavana”
a terceira Canção cantada em Raga Vasanta
Spurad atimukta lata parirambhana pulakita mukuli cute
Vrndavana vipine parisara parigata yamuna jale pute
Viharati harir iha sarasa vasante
Nrtyati yuvati janena samam skahi virahi jansya durante
As mangueiras latas madhavi estremecem com o abraço das trepadeiras causando arrepios extáticos que se manifestam em botões em flor, enquanto a floresta de Vrindavana se banha com as águas do rio Yamuna.
Com certeza Krishna está desfrutando do vana vihara da primavera enquanto Ele dança com jovens mocinhas vraja kishoris. Sem dúvida essa é uma estação cruel para os amantes abandonados.”
Verso 35
“A estação da primavera em Vrindavana”
a terceira Canção cantada em Raga Vasanta
sri jayadeva bhanitam udayatu
hari carna smirti saram
sarasa vasanta samaya vana 
varnanam anugata madana vikram
Após a primavera segue-se o Cupido, pois nessa estação os desejos amorosos são incitados. Oh leitores, que essa canção rasika de Jayadeva repleta de descrições da primavera de Vrindavana desperte a lembrança imensurável dos pés de lótus de Shri Govinda que é a essência da vida.
Com certeza Krishna está desfrutando do vana vihara da primavera enquanto Ele dança com jovens mocinhas vraja kishoris. Sem dúvida essa é uma estação cruel para os amantes abandonados.”
Verso 36
“A estação da primavera em Vrindavana”
a terceira Canção cantada em Raga Vasanta
Após a primavera segue-se o Cupido, pois nessa estação os desejos amorosos são incitados. Oh leitores, que essa canção rasika de Jayadeva repleta de descrições da primavera de Vrindavana desperte a lembrança imensurável dos pés de lótus de Shri Govinda que é a essência da vida.
Com certeza Krishna está desfrutando do vana vihara da primavera enquanto Ele dança com jovens mocinhas vraja kishoris. Sem dúvida essa é uma estação cruel para os amantes abandonados.”
Verso 37
“A estação da primavera em Vrindavana”
a terceira Canção cantada em Raga Vasanta
Os cucos se acasalam nos brotos dos manguezais fazendo um som que agita as abelhas que ali buscam por mel nos botões em flor, tal cenário só faz aumentar a febre dos viajantes solitários.
Verso 38
“A estação da primavera em Vrindavana”
a terceira Canção cantada em Raga Vasanta
De algum modo esses viajantes sobrevivem a essa dor no saborear da união dos amantes quando adentram em meditação profunda, e desfrutam do clímax dessa união.
Verso 39
“O Vasanta Lila de Sri Krishna
(As Atividades Lúdicas de Krishna na Primavera)
Quarta Canção Cantada em Raga Rama Kari
Aneka nari pariyambha sambhama
Sphuranmahohari vilasa lalasam 
Murarimaradupadarsayantyasau
Sakhis amakham punaraha radhikam
Nisso Radhika passa perto de Murari sem percebê-lO (e o palpite dela estava certo). Ele está desfrutando sedutorasbrincadeiras amorosas nos braços de lindas gopis enquanto eles se abraçam em êxtase acariciando-se. As amigas de Radha passam a seguir a descrever essa cena cantando para que Radha dê uma olhada para trás:
(Coro)
“ Olhe lá sakhi Radhe! Veja só esse travesso Krishna e Suas brincadeiras amorosas com Suas queridas jovenzinhas.
Verso 40
“O Vasanta Lila de Sri Krishna
(As Atividades Lúdicas de Krishna na Primavera)
Quarta Canção Cantada em Raga Rama Kari
Candana cariccita nila kalevara pitavasana vanamali
Kilicalanmani kuntala mandita
Gandharyuga smitasali
Harir iha mudghabadhu nikare
Vilasini vilasatikelipare
Vanamali Krishna está usando Seus trajes amarelos e a tez enegrecida de Seu corpo está decorada com chandana e guirlandas de flores silvestres. Enquanto Ele desfruta de prema keli com as gopis, Seus ricos brincos dançam em suas bochechas que esboçam um sorriso para elas.
“Olhe lá sakhi Radhe! Veja só esse travesso Krishna e Suas brincadeiras amorosas com Suas queridas jovenzinhas.
Verso 41
“O Vasanta Lila de Sri Krishna
(As Atividades Lúdicas de Krishna na Primavera)
Quarta Canção Cantada em Raga Rama Kari
Pina payodhara bhara bharena hari parirabhya saragam
Gopabadhuranugayati kacidudancita pancama ragam
Harir iha mughabadhu nikare
Vilasini vilasati kelipare
Uma linda gopi ramani (ordenhadeira de pesados seios) abraça Hari com paixão e O celebra em uma melodia de amor cantando em uma nota alta da quinta escala.
“Olhe lá sakhi Radhe! Veja só esse travesso Krishna e Suas brincadeiras amorosas com Suas queridas jovenzinhas.
Verso 42
“O Vasanta Lila de Sri Krishna
(As Atividades Lúdicas de Krishna na Primavera)
Quarta Canção Cantada em Raga Rama Kari
Kapi Vilasa Vilola
Vilocana khelana janita monojam
Dhyayati mugdha badhuradhikam
Madhusudana vadana sarojam
Harir iha mugdhabadhu nikare
Vilasini vilasati kelipare
Uma gopi-sundari de simplicidade encantadora entra em meditação ao olhar o mukaravinda (rosto de lótus) de Krishna.
Ah! Desses olhos dardejam chamas de amor que atingem o coração de Krishna.
“Olhe lá sakhi Radhe! Veja só esse travesso Krishna e Suas brincadeiras amorosas com Suas queridas jovenzinhas.
Verso 43
“O Vasanta Lila de Sri Krishna
(As Atividades Lúdicas de Krishna na Primavera)
Quarta Canção Cantada em Raga Rama Kari
Kapi Vilasa Vilola
Kapi kapolatale milita
Lapitum kimapi srutimule
Caru cucumba nitambavati dayitam pulakairanukule
Harir iha mugdhavadhu nikare
Vilasini vilasati kelipare
Outra mocinha de quadris sinuosos segura as roupas de Krishna puxando-O para sussurrar em Seus ouvidos, arrastando-O depois para um solitário kunja betasa próximo ao Yamuna.
“Olhe lá sakhi Radhe! Veja só esse travesso Krishna e Suas brincadeiras amorosas com Suas queridas jovenzinhas.
Verso 44
“O Vasanta Lila de Sri Krishna
(As Atividades Lúdicas de Krishna na Primavera)
Quarta Canção Cantada em Raga Rama Kari
Kapi Vilasa Vilola
Ansiosa para aprender a sublime arte do amor às margens do rio Yamuna, essa mocinha puxa pela roupa dEle em direção ao bosque cerrado. Hari se revela aqui como a jóia da coroa das encantadoras mocinhas que desfrutam ao seduzi-lO e induzi-lO na brincadeira da celebração do amor.
Verso 45
“O Vasanta Lila de Sri Krishna
(As Atividades Lúdicas de Krishna na Primavera)
Quarta Canção Cantada em Raga Rama Kari
Kapi Vilasa Vilola
Karatala tala tarala balayabali kalita kalasvana vamse
Rasarase sahanrtyapara harina yuvatih prasamse
Harir iha mugdhabadhu nikare
Vilasini vilasati kelipare
Outra gopi sundari está atabalhoada em sua dança de rasa com Krishna no rito do amor. Enquanto Ele toca Sua flauta ela bate palmas e seus braceletes tilintam em harmonia com o baixo tom da flauta. Krishna louva a habilidade dela.
“ Olhe lá sakhi Radhe! Veja só esse travesso Krishna com Suas brincadeiras amorosas com Suas queridas jovenzinhas.
Verso 46
“O Vasanta Lila de Sri Krishna
(As Atividades Lúdicas de Krishna na Primavera)
Quarta Canção Cantada em Raga Rama Kari
Kapi Vilasa Vilola
Slisyati kamapi cumbati
Kamapi kamapi ramayati ramam
Parsyatisasmita caruparamamparamanugaccati vamam
Harir iha mugdhabadhu nikare
Vilasini vilasati kelipare
Krishna abraça uma gopi, beija outra e faz amor com outra. Nisso Ele exibe um sedutor sorriso para outra linda mocinha fitando-a com olhos namoradores. Nesse instante Ele nota que uma das donzelas, ainda mais bela, resiste aos Seus flertes e assim Ele passa a persegui-la.
“ Olhe lá sakhi Radhe! Veja só esse travesso Krishna com Suas brincadeiras amorosas com Suas queridas jovenzinhas.
Verso 47
“O Vasanta Lila de Sri Krishna
(As Atividades Lúdicas de Krishna na Primavera)
Quarta Canção Cantada em Raga Rama Kari
Kapi Vilasa Vilola
Srijayadeva bhanitamidamadhuta kesava keli rahasyam
Vipinavinoda kalambitma vitanotu subhani jasasyam
Oh leitores! Esse é o mistério encantador das brincadeiras sensuais de Krishna na floresta de Vrindavana. Que a celebração desse prema keli outorgue as bênçãos de Krishna a todos Vocês.
Verso 48
“O Vasanta Lila de Sri Krishna
(As Atividades Lúdicas de Krishna na Primavera)
Quarta Canção Cantada em Raga Rama Kari
Kapi Vilasa Vilola
Visvesaamanuranjanena janayannandamindivara
Sresnissyamala komalairupanayannangairanangotsavam
Svacchandam vrajasundari bhirabhiramtim
pratyangamalingitah
Oh Vinodini Raí! Veja só como Krishna desfruta da primavera. Ele faz amor com todas as vraja sundaris enquanto Elas o abraçam e acariciam Seu corpo shyama que é mais delicado e colorido que o lótus azul. Assim Krishna dá inicio ao festival do Cupido para trazer vida às gopis e a todaa criação, pois Ele é a própria personificação do amor apaixonado – sringara.
Verso 49
“O Vasanta Lila de Sri Krishna
(As Atividades Lúdicas de Krishna na Primavera)
Quarta Canção Cantada em Raga Rama Kari
Kapi Vilasa Vilola
Rasollasabharena vibhram bhrtamabhira vamabhruva
Sabhyarne parirabhya nirbharamurah premandhaya radhaya
Sadhu tvadhananam sudhamayamiti vyahrtya gitastuti
Vyajadudbhatacumbitah smitamanohari harih patu bah
Oh! Radha agora enceguecida pelo Seu ardente amor caminha entre as vilasinis gopis que ainda tremem arrebatadas pela dança no ritual do amor com Krsna. Ela finge ir louva-lO e, com ousadia, abraça Krishna contra Seu peito dizendo em um sussurro: “Ah! Que suave mel é esse em Seu rosto!
Dessa forma Ela O beija com paixão! Oh leitores, que o sorriso que toma conta de Krishna ao ser beijado por Radha traga a Vocês toda a boa fortuna.
Assim finda o Primeiro Capitulo do Gita Govinda intitulado Samoda Damodara.
Capítulo Dois
Aklesha Keshava
(O Despreocupado Krishna)
Verso 1
Viharati vane radha sadharana pranaye harou
Vigalita nijothaksadirsyavasena gatanyatah
Kkacidapi latakunje gunjan madhuvrata mandali
Mukhara sikhare lina dinapuyavaca rahahsakhim
O ciúme de Radha é desperto ao ver Krishna compartilhando o Seu amor com todas as gopis. Todavia, a posição dEla é única e excelsa. Assim Ela parte e caminha por algum tempo adentrando em um retirado nikunja de flores onde se vêem tantas abelhas zumbindo acima das cabeças. Esse cenário deixa Radha abatida e então Ela se dirige a uma amiga contando Seu segredo.
Quinta Canção Cantada em Raga Gurijari, Jatitala
(A Bela Forma de Krishna Repleta de Rasa)
Verso 2
Sancaradadhara sudha madhura
Dvani mukharita mohana vamsam
Valita drgancala cancala mauli kapola vilola vatamsam
Rasse harim iha vihita vilasam
Smarati mano mama krta praihasam
“Oh amiga, o sorriso madhura de Krishna que Ele exibe durante o rasa vilasa não desaparece de Meu coração. Ah! E quando os doces lábios dEle sopram a encantadora flauta vamsi, Seus olhos se inquietam e espreitam e Sua coroa se inclina em Sua cabeça que balançaenquanto Seus brincos dançam sobre Suas bochechas.
Verso 3
Candraka caru mayura sikhandaka mandala balayita kesam
Pracura purnadara dhanuranranjita medura mudira suvesam
Rase harim iha vihita vilasam
Smarati mano mama krta parihasam
O cabelo de Krishna decorado por penas de pavão exibe a forma da meia lua parecendo que uma nuvem cintilante se abrigou em muitos arco-íris.
“Oh amiga, o sorriso madhura de Krishna que Ele exibe durante Seu rasa vilasa não desaparece de Meu coração.
Verso 4
Vipula pulaka bhuja pallava
Balayita ballava juvati shasram
Kara caranorasi manigana
Bhusana kirana vibhinnatamisram
Rase harim iha vihita vilasam
Samrati mano mama krta parihasam
Os abraços de milhares de jovens sundaris ramanis causam arrepios em Krishna e chispas reluzentes emanam de Seus doces lábios. E os ornamentos de Suas mãos, pés e peito dissipam toda escuridão da noite.
“ Oh amiga, o sorriso madhura de Krishna que Ele exibe durante Seu rasa vilasa não desaparece de Meu coração.
Verso 5
Jalatda patala caladindu vinindka candana tilaka lalatam
Pina payodhara parisara mardana nirdaya hrdaya kavatam
Rase harim iha vihita vilasam
Smarati mano mama krta parihasam
A tilaka chandana na fronte de Krishna assemelha-se ao esplendor do luar que trespassa as nuvens. Porém, o Seu peito perverso insiste em se esfregar nos seios voluptuosos das gopis.
“ Oh amiga, o sorriso madhura de Krishna que Ele exibe durante Seu rasa vilasa não desaparece de Meu coração. .
Verso 6
Gopa kadamba nitambavati mukhacumban lambita lobham
Bandhyujiva madhuradhara pallavamullasita smita sobham
Rase harim iha vihita vilasam
Smarati mano mama krta parihasam
A Sua determinação de beijar as nitambinis (gopis de largas e belas ancas) faz com que Krishna se incline para frente esticando Seu pescoço e sorria exibindo Seus lábios que são como as flores bandhuli ao desabrocharem.
“ Oh amiga, o sorriso madhura de Krishna que Ele exibe durante Seu rasa vilasa não desaparece de Meu coração.
Verso 7
Manimaya makara manohara kuntalamandita
Gandamudaram
Pita vasanamanugata mui manuja surasurabara parivaram
Rase harim iha vihita vilasam
Smarati mano mama krta parihasam
Ao observar a beleza de Seus brincos makara que repousam sobre Suas bochechas faz com que as esposas dos munis, dos devatas e dos asuras passem a perseguir esse magnânimo pitambara vanamali.
“ Oh amiga, o sorriso madhura de Krishna que Ele exibe durante Seu rasa vilasa não desaparece de Meu coração.
Verso 8
Visada kadamba tale militam kali kausa bhayam samayamtam
Mamapi kimapi tarangavadanangadrsa manasa ramayantam
Rase harim iha vihita vilasam
Smarati mano mama krta parihasam
Então nós nos encontramos sob a proteção da imensa árvore kadamba florida. Ele ciente de Meu ciúme e querendo dissipá-lo olhou para Mim envolvendo-me em ondas de amor que acalmaram também o Meu temor da escuridão. Oh! O que Eu senti é que aquele olhar trespassava Meu coração e Eu me entregava a Ele fazendo amor em Sua mente.”
“ Oh amiga, o sorriso madhura de Krishna que Ele exibe durante Seu rasa vilasa não desaparece de Meu coração.
Verso 9
Srijayadeva bhanitamarisundara mohana madhuripu rupam
Haricarana smaranam prati sammprati puryavatam anurupam
Que essa descrição da charmosa e transcendental forma de Krishna traga constante lembrança dos pés de lótus dEle na mente dos bhaktas piedosos.
Verso 10
Ganayati gunagramam bhamam bharamadapi nehati 
Vahati ca paritosam dosam vimuncati duratah
Yuvatisu balatrsne viharini mam vina
Punarapi mano vamam kamam karoti karoti karomi Kim
Oh sakhi! Ao me lembrar do comportamento de Krishna não fico zangada. Pelo contrário, Minha mente em amor desenfreado sente um estranho deleite e se recusa a aceitar qualquer falta nEle ansiando por Ele apesar de ter me deixado para desfrutar com lindas jovens mulheres. Meu coração é tão perverso que quer Krishna de volta. O que posso fazer?
A Sexta Canção Cantada na Raga Malava
O Fascínio de Radha
Verso 11
Nibhrta nikunja grham gataya
Nisi rahasi niliya vasantam
Cakita vilokita sácala disa
Rati rabhasa rasena hasantam
Sakhi he kesi mathanamudaram
Ramaya maya saha madana manoratha
Bahavitaya savikaram
Esta noite vou aguardar por Ele em uma solitária cabana na floresta. Os Meus olhos tremeluzentes estarão buscando por Ele e Ele sorrirá para Mim exibindo Seu anseio de desfrutar rati keli coMigo.
“ Oh amiga sakhi! Eu sei que o Meu amor irá deixá-lO em apaixonado êxtase. Por isso, por favor, traga-Me este tormento sublime (Kesi Mathana) para que juntos possamos celebrar a loucura desse inconstante amor.
Verso 12
Prathama sama gama lajjitaya patu catu satairanukulam
Mrdu madhura smita bhasitaya sithilakrta jaghanadukulam
Sakhi he kesi mathanamudaram
Ramaya maya saha Madana manoratha 
Bhavitaya savikaram
Sendo esse o nosso primeiro encontro amoroso, Krishna logo perceberá Minha timidez e começará a bajular-me em um galanteio transcendental. Ele se sentirá encorajado pelo Meu sorriso aquiescente e desatará os cordéis que prendem Minha roupa.
“ Oh amiga sakhi! Eu sei que o meu amor irá deixá-lO em apaixonado êxtase. Por isso, por favor, traga-Me este tormento sublime (Kesi Mathana) para que juntos possamos celebrar a loucura desse inconstante amor.
Verso 13
Kisalaya sayana nivesitaya ciramurasi mamaiva sayanam
Krta parirambhana cumbanaya parirabhya krtacharapanam
Sakhi he kesi mathanamudaram
Ramaya maya saha madana manoratha
Bhavitaya savikaram
Ele Me deitará na cama de folhas de flores e repousará Sua cabeça sobre Meus seios como se fossem travesseiros e quando Eu beijá-lO e abraça-lO, Ele reciprocará sorvendo em ânsia o néctar dos Meus lábios.
“ Oh amiga sakhi! Eu sei que o meu amor irá deixá-lO em apaixonado êxtase. Por isso, por favor, traga-Me este tormento sublime (Kesi Mathana) para que juntos possamos celebrar a loucura desse inconstante amor.
Verso 14
Alasa nimilita locanaya pulakavali lalita kapolam
Sramajala sahala kalevaraya kara madana dadati lolam 
Sakhi he kesi mathanamudaram
Ramaya maya saha madana manoratha
Bhavitaya savikaram
Ao perceber Minha avidez e Meus olhos entreabertos as bochechas dEle se arrepiarão e ao notar o suor que rola em Minha face isso incrementará ainda mais a pujança erótica de Seu ataque.
“ Oh amiga sakhi! Eu sei que o meu amor irá deixá-lO em apaixonado êxtase. Por isso, por favor, traga-Me este tormento sublime (Kesi Mathana) para que juntos possamos celebrar a loucura desse inconstante amor..
Verso 15
Kokila kalarava kujitaya manasija tantra viçaram
Slatha kusumakula kuntalaya nakha likhita ghana
Stanabharam
Sakhi he kesi mathanamudaram
Ramaya maya saha Madana manoratha
Bhavitaya savikaram
De tanto êxtase o Meu murmúrio será como o arrulhar indistinto de um kokila fazendo com que a loucura de Seu amor ultrapasse as possibilidades descritas no kama shastra. De Meus cabelos espalhados flores se soltam decorando nossa cama. E com a ponta de Seus dedos Ele excita Meus voluptuosos seios deixando ali as marcas de Suas unhas.”
“ Oh amiga sakhi! Eu sei que o meu amor irá deixá-lO em apaixonado êxtase. Por isso, por favor, traga-Me este tormento sublime (Kesi Mathana) para que juntos possamos celebrar a loucura desse inconstante amor.
Verso 16
Carana ranita mani nupuraya paripurita surata vitanam
Mukhara visrnkhala mekhalaya sakaca graha cumbandanam
Sakhi he kesi mathanamudaram 
Ramaya maya saha madana manoratha
Bhavitaya savikaram
Durante nosso amor (rati keli) os sinos de Meu chocalho de canela entoam uma canção acompanhada pelos sinos de Meu cinto enquanto Eu escalo a montanha de Seu peito. Nisso Krishna afasta Meu rosto puxando Meus cabelos para trás em um frenesi de beijos.”
“ Oh amiga sakhi! Eu sei que o meu amor irá deixá-lO em apaixonado êxtase. Por isso, por favor, traga-Me este tormento sublime (Kesi Mathana) para que juntos possamos celebrar a loucura desse inconstante amor.
Verso 17
Ratisukha samaya rasalasaya daramukulita nayana sarojam
Nihsaha nipatita tanu lataya madhusudana mudita manojam 
Sakhi he kesi mathanamudaram
Ramaya maya sahaMadana manoratha 
Bhavitaya savikaram
No auge de nosso amor Seus olhos de lótus cintilantes mal se abrem enquanto Meu corpo celebra a euforia desse momento! Eu como tenho uma estrutura delicada desmoronei como uma débil videira sobre o peito dEle. Todos os desejos dEle encontrarão deleite no Meu amor.”
“ Oh amiga sakhi! Eu sei que o meu amor irá deixá-lO em apaixonado êxtase. Por isso, por favor, traga-Me este tormento sublime (Kesi Mathana) para que juntos possamos celebrar a loucura desse inconstante amor.
Verso 18
Srijayadeva bhanitamidamatisaya madhuripu nidhuvana silam
Sukhamuthanthita gopabadhu kathitam vitanotu salilam
Que a descrição dessa ânsia de Radha repleta de desejos pelo rati keli com Krishna, o matador do demônio Mura traga toda a felicidade aos corações dos bhaktas.
Verso 19
Hasta srasta vilasavamsamanrju bhruvallimad vallabi
Vrndotsari drganta vikhitamatisvedardra gandasthalam
Mamudbikhya smita sudha mugdhananam kanane
Govindam vrajasundarigavavrtam pasyami hrsyami ca
Radha diz: “Oh sakhi! Quando Govinda desfrutava de vana vihara com tantas rivais Minhas, de repente Ele notou Minha presença. A flauta caiu de Sua mão, e um incessante suor escorria de Seu rosto. As gopis percebendo isso lançavam sobre Ele olhares ciumentos de canto de olhos. Quando Eu vi o atônito sorriso dEle a excitação dessa troca de olhares Me fez corar.”
Verso 20
Duralokah stoka stavaka navakasoka latika
Vikasah kasaropavana pavanohapi vyathayati 
Api bhramyadbhrngiranita ramaniya na mukula
Prasutiscutanam sakhi sikhariniyam sukhayati
“Hei amiga sakhi, as flores asoka de cor escarlate recém desabrochadas e a brisa refrescante que soprava sobre o lago causava-Me apenas um sofrimento maior, pois era como um vento que aviva a brasa em um fogaréu e assim Me incendiava. Além do mais, nessa montanha havia abelhas que zumbiam em torno das mangueiras em flor. Tal visão encantadora não me trazia prazer e ali Eu não encontrava conforto”.
Verso 21
Sakuta smitomakulakula galaddhanmilla mullasita
Bhruvalli kamalika darsita bhujamularddhadrstanam
Gopinam nibhrtom nirikhya gamita kankhasxiram cintayan
Antaramugdha manoharam karatu bah klesam nava 
Kesavah
Em um lugar solitário algumas vraja kishoris sentadas fazem tranças em seus cabelos. Os rostos rosados delas exibem um sorriso malicioso por terem conseguido Krishna e as sobrancelhas delas dançam em harmonia com seus olhos inquietos. Então elas erguem os braços para pentear os cabelos fazendo com que os mamilos se descubram em seus seios já meio desnudos. Elas fazem isso de propósito, pois sabem que Krishna está ali escondido por detrás dos arbustos a tudo assistindo. Oh leitores, que essa estonteante cena do esforço ansioso de Krishna para observá-las alivie Vocês de todas as dores e angústias.
Assim finda o Segundo Capítulo do Gita Govinda intitulado Aklesha Keshava
Capítulo Três
Mugdha Madhusudana
(O Confuso Krishna Apaixonado)
Verso 1
Kamsarirapi samsara vasan baddha srnkalam
Radhamabhaya hrdaye tatyaja vraja sundarih
Embora Krishna seja conhecido como Kamsari (o matador do demonio Kamsa), tem o Seu coração atado pelas correntes do amor de Radha, e essa força tamanha arrasta-O fazendo com que Ele abandone as outras vraja sundaris.
Verso 2
Itastatastamanusrtya radhikam
Ananga vana vrana khinna manasah
Krtanutapah as kalinada nandini
Tatanata kunje visasada madhavah
Assim trespassado em dor pelas flechas de Kamadeva, M€dhava busca por Radhika em vão. Sentindo-seculpado por Sua conduta incorreta Ele adentra em um kunja solitário às margens do rio Yamuna para se lamentar.
A Sétima Canção Cantada em Naraga Gurjari
O Arrependimento de Krishna
Verso 3
Mamimayam calita vilokya vrtam badhu nicayena
Saparadhataya mayapi na nivaritatibhayena
Hari hari tatadaraya gata as kupiteva
Krishna diz: “Ela me viu enquanto Eu desfrutava com as outras gopis e por isso Ela foi embora e Eu de tao envergonhado pelo meu aparadha hesitei na hora que devia pará-lA.
Verso 4
Kim karisayti Kim vadisyati as ciram virahena
Kim dhanena Kim janena Kim mama sukhena grhena 
Hari hari hatadaraya gata as kupiteva
Não posso nem imaginar qual será a atitude dEla sofrendo desse jeito por meu vihara. Nem imagino o que Ele me dirá por te-la deixado por tanto tempo. Sem Ela qual é a utilidade de Minha riqueza, de Meus amigos, do Meu lar ou mesmo de Minha vida?”
“Que lástima! Meus modos libertinos partiram o coração dEla e agora só me resta a Sua ira.”
Verso 5
Cintayami tadananam kutilabhru kopabharna
Sonapadmamibopari bhramatakulam bhramarena
Hari hari haradaraya gata as kupiteva.
O rosto dEla parece o luar e Suas s sobrancelhas franzidas parecem abelhas pousadas sobre os Seus olhos de lótus e essa imagem não sai de Minha cabeça.
“Que lástima! Meus modos libertinos partiram o coração dEla e agora só me resta a Sua ira.”
Verso 6
Tamaham hrdi sangatamanisam bhrsam ramayami
Kim vaneharusarami tamiha Kim vrtha vilapami
Hari hari ratadaraya gata as kupiteva .
Eu estou assim em um louco amor com Ela acontecendo sempre na Minha mente. Por que deveria Eu então procurar por Ela nesta floresta? E por que Eu não paro de lamuriar em vão.

“Que
 lástima! Meus modos libertinos partiram o coração dEla e agora só me resta a Sua ira.
Verso 7
Tanbi khinnamasuyaya hrdayam tavakalayami
Tanna vedmi kuto gatasi na tena tehanunayami
Hari hari hatadarya gata as kupiteva. .
“Oh mais formosa! De tanto ciúme o Seu coração agoniza em dor. Eu entendo Seu sentimento. Porém não sei onde Você está então como poderei suplicar Seu perdão?”
“Que lástima! Meus modos libertinos partiram o coração dEla e agora só me resta a Sua ira.”
Verso 8
Drsayse purato gatagatameva me vidadhasi
Kim pureva sasambhramam parirambhanam na dadasi
Hari hari hatadaraya gata as kupiteva . .
O que sinto é vê-lA a todo instante aparecer e desaparecer bem a Minha frente, porém essa manifestação é muito recatada e não se atira em Meus braços.”
“Que lástima! Meus modos libertinos partiram o coração dEla e agora só me resta a Sua ira.”
Verso 9
Ksamyatamaparam kadapi tavedrsam na karomi
Dhei sundari darsanam mama manmathena dunomi
Hari hari hatadaraya gata as kupiteva
“Ei sundari! Por favor me perdoe. Nunca mais Vou fazer isso. Esse amor me jogou na tortura do fogo da paixão. Por favor, ofereça-Me Seu darshana.”
“Que lástima! Meus modos libertinos partiram o coração dEla e agora só me resta a Sua ira.”
Verso 10
Varnitam jaya devakena hareidam prabanena
Kenduvilva samudrasamabhava rohini ramanena
Com grande emoção o poeta da aldeia de Kenduviuva, Jayadeva, apresenta essa descrição no momento em que o amante da estrela Rohini (a lua) eleva-se do oceano.
Verso 11
Hrdi visalata haro nayam bhujangam nayakah
Kublaya dala sreni kanthe na as garala duyatih
Malayaya rajo nedam bhasma priya rahite mayi
Prahara na har bhrantyananga cruda kimu dhavasi
Na saudade louca que Krishna sente por Radha Ele ora para que esse desatino do Cupido se dissipe,
“Ei Cupido! Por que você Me persegue assim tão zangado? Não me confunda com Shiva de quem você quer se vingar. Veja Minha situação, Meu sofrimento não tem limites, pois o Meu amor partiu. Sobre Meu peito você não vê uma guirlanda de serpentes, isso aqui são hastes de lótus, no Meu pescoço não existe a faixa azul do poderoso veneno, o que você vê são flores de lótus azuis. E no Meu corpo não uso cinzas, o que você vê é chandana. Oh Madhana. Não me ataque assim confundindo-me com Shiva.”
Nota: Certa vez Shiva zangou-se com o Cupido por ele ter-lhe infligido desejos luxuriosos. Por isso Shiva queimou o Cupido totalmente através de seu olhar flamejante. Com isso Cupido assumiu a forma de Ananga (aquele que não tem corpo) para se vingar.
Verso 12
Panau ma kuru cuta sayakamamum ma capamaropaya 
Krida nirjjita visva murcchita janaghatena Kim paurusam
Tasya evea mrgidrso manasija prekhothata ksauga
Srenijarjjaritam managapi mano nadyapi sandhukhate
“Ei poderoso Madhana! Você conquista todo o universo com facilidade. Assim, por favor, não saque de suas flechas de botões de mangueira, não arme seu arco. Qual é a glória de abater uma vitima indefesa? Os olhos de corça de Radha já deixaram meu coração em pedaços. Eu estou arrasado.”
Oh leitores, que as ondas do olhar de Mugdha Madhusudana que agora jorra sobre o rosto de lua de Radha com olhos apaixonados traga a vocês toda boa fortuna.
Verso 13
“Os olhos dEla escondem afiadas flechas que trespassam Meu coração enfraquecido. As Suas sinuosas tranças açoitam-Me como negros chicotes mortais. Os Seus lábios carmesim envenenam-Me como um fruto proibido. Oh bela Radha como pode ser que esses Seus seios perfeitos tragam o caos para Minha vida?”
Verso 14
“A resposta dEla ao Meu toque vem na forma de olhos tremeluzentes, enquanto uma fragrância doce exala de Sua boca de lótus. Eu só consigo ouvir um balbuciar de palavras ininteligíveis, que saem como néctar dos lábios de cereja dEla em uma abundância constante. Minha mente está hipnotizada em um transe e como pode ser então que a saudade que sinto continua a aumentar?”
Verso 15
“A curvatura de Suas sobrancelhas são como arcos . Seu olhar como flechas dardejantes. Suas orelhas como as cordas do arco. Eu me pergunto qual a necessidade de tantas armas no arsenal da deusa viva do amor? Não há mais a quem derrotar.”
Capítulo Quatro
Snigdha Madhusudana
(O Terno Krishna)
Verso 1
Yamuna tira vanira nikunje mandamasthitam 
Praha prema bharodbhranntam madhavam radhika sakhi
Nisso a amiga de Radhika vem diante de Ma dhava. Ao vê-lO sentado em desamparada espera rolando sobre o peso de um amor ardente. às margens do rio Yamuna, no kunja Betasi, ela diz:
Oitava Canção Cantada na Raga Karnata
O Viraha de Radha
Verso 2
Nindati candanamindu kiranamanuvidati
Khedamadhirambyala nilaya milanena garalmiva kalayati
Malaya samiramsa vihare tava dina
Madhava manasija visikha bhayadiva
Bhavanaya tvayi lina
Ei Madhava! Radhika está prostrada devido à agonia da saudade, atemorizada pelo perigo das flechas do amor. Ela cada vez mais está apegada a Você em seu pensamento, por favor venha salva-lA do impiedoso ataque do Cupido. De tanto sofrimento Ela está indócil e se consome em dor. E agora está blasfemando o luar e até mesmo a brisa refrescante do Sul que para Ela é apenas veneno que trás Sua lembrança.
Verso 3
Abirala nipatita madan saradiva bhavadavanaya visalam
Svahrdaya mamani varnma karoti sajala
Nalini dala jalamsa virake tava dina
Madhura manasija visikha bhayadiva bhavanaya tvayi lina
Embora o Cupido desfira suas flechas contra Radhika, ela está protegendo os seios com pétalas de lótus umedecidas. Ela não faz isso para se auto proteger e sim para evitar que essas flechas atinjam Você que habita no coração dEla.
Coro
“ Ei Madhava! Radhika está prostrada devido a agonia da saudade, atemorizada pelo perigo das flechas do amor. Ela cada vez mais está apegada a Você em seu pensamento, por favor venha salva-lA do impiedoso ataque do Cupido.”
Verso 4
Kusuma vvikha sara talpamanalpa vilasa 
Kala kamaniyam vratamiva tava parirambha sukhya karoti kusuma sayaniyamsa virhe tava dina
Madhava manasija visika bhayadiva
Bhavanaya tvayi lina
Embora o Cupido desfira suas flechas contra Radhika, ela está protegendo os seios com pétalas de lótus umedecidas. Ela não faz isso para se auto proteger e sim para evitar que essas flechas atinjam Você que habita no coração dEla.
“Ei Madhava! Radhika está prostrada devido a agonia da saudade, atemorizada pelo perigo das flechas do amor. Ela cada vez mais está apegada a Você em seu pensamento, por favor venha salva-lA do impiedoso ataque do Cupido.”
Verso 5
Bahati ca galita vilocanajaladharamanana kamalamudaram 
Vidhumiba vikata vidhunttad danta dalana galitamrtadharam
As virahe tava dinamadhava manasija
Visikha bhayadiva bhavanaya tvayi lina
“Os olhos de Radha desabam em um aguaceiro como se fossem nuvens carregadas, é como se Rahu (eclipse) mordesse a lua com seus dentes afiados libertando uma torrente de néctar.”
“Ei Madhava! Radhika está prostrada devido a agonia da saudade, atemorizada pelo perigo das flechas do amor. Ela cada vez mais está apegada a Você em seu pensamento, por favor venha salva-lA do impiedoso ataque do Cupido.”
Verso 6
Vilikhati rahasi kuranga madena
Bhavantam sama sara bhutam
Prnamati makaramedhou vinidhaya
Kare ca saram navacutamsa virahe tava dina
Madhava manasija visikha bhayadivabhavanaya tvayi lini
“Ela está lá sentada sozinha e com almíscar Ela desenha Você cavalgando no peixe makara como se fosse um Cupido. Então Ela presta reverências aos pés de lótus dessa pintura com as Suas mãos repletas de botões de manga (que é usado na adoração de Kamadeva)”.
“Ei Madhava! Radhika está prostrada devido a agonia da saudade, atemorizada pelo perigo das flechas do amor. Ela cada vez mais está apegada a Você em seu pensamento, por favor venha salva-lA do impiedoso ataque do Cupido.”
Verso 7
Pratipadamidamapi nigadati madhava
Tava carane patitaham tvayi vimukhe mayi sapadi
Sudhanidhirapi tanute tanudaham as virahe tava dina
Madhava manasija visikha bhayadiva bhavanaya tvayi lina

“ Radhika atira-se ao chão e oferece Suas preces: ‘Ei M adhava! Eu Me abrigo a Seus pés de lótus! Se Você não me der atenção até mesmo o luar irá queimar Meu corpo transformando-o em cinzas!’”
“Ei Madhava! Radhika está prostrada devido a agonia da saudade, atemorizada pelo perigo das flechas do amor. Ela cada vez mais está apegada a Você em seu pensamento, por favor venha salva-lA do impiedoso ataque do Cupido.”
Verso 8
Dhyama layena purah parikapya bhavatamativa purapam
Vilapati harsati visidati roditi cancati
Uncati tapamsa virahe tava dina
Madhava manasija visikha bhayadivabhavanaya tvayi lina


“ Porque Ela sabe que o Seu darshana é tão raro, Ela medita no Seu quadro lamentando-Se. E ao vê-lO, Ela ri de felicidade. Mas ao perde-lO de vista Ela tem tremores e apenas consegue balbuciar Sua dor. Através de preces intensas a Sua visão é retomada e ao imaginar-Seem Seus braços Ela sente alívio em Sua dor.”
“Ei Madhava! Radhika está prostrada devido a agonia da saudade, atemorizada pelo perigo das flechas do amor. Ela cada vez mais está apegada a Você em seu pensamento, por favor venha salva-lA do impiedoso ataque do Cupido.”
Verso 9
Srijayadeva bhanitamidamadhikam jadi manasa nataniyam
Hari virahakula vallaba juvati sakhi vacanam pathaniyam


“Ei bhaktas! Se vocês acalentam em seus corações o desejo de celebrar essas mensagens transmitidas pela sakhi que estão carregadas da tristeza do viraha de Radha então guarde essa descrição como um tesouro do sofrimento/felicidade que Radha sente por Krishna.”
Verso 10
Avaso vipinayate priya skhi malapi jalayate 
Tapohapi svasitena dava dahana jvala kalapayate
Sapi tvadviraheana hanta harini rupayate há katham
Kandarpohapi yamayate viracayancharddula vikriditam


A sakhi continua: “Ei Krishna! Por Sua causa até o lar de Radha parece a Ela como uma perigosa selvática floresta. As Suas amigas se parecem a laços sufocantes enquanto o Seu profundo arfar aviva as chamas dessa paixão. Por isso Ela foge como uma corça temerosa das flechas do caçador, o Cupido.”
A Nona Canção Cantanda na Raga Desakhya
O Viraha de Radha
Verso 11
Stana vinihitamapi haramudaram
As manute krsa tanuriva bharam
Radhika virhe tava kesava


A amiga de Radhika continua a falar: “Ei Keshava! Radha amarga a dor de Sua separação e mesmo o mais delicado colar é um tremendo peso para essa frágil mocinha.
Verso 12
Sarasa masrnamapi malayaja pankam
Pasyati visamiva vapusi sasankam
Radhika virhe tava kesava


“Ei Keshava! Radha amarga a dor de Sua separação e considera que a polpa de chandana que é utilizada para refrescar o Seu corpo febril não passa de um temeroso veneno.”
Verso 13
Svasita pavanamanupam parinaham
Madana dahanamiva vahati sadaham
Radhika virahe tava kesava


“Ei Keshava! De tanta saudade Radhika já perdeu todo equilíbrio. Os suspiros dEla são pesados como se Seu coração ardesse nas labaredas tormentosas do amor.”
Verso 14
Disi disi kirati sajala kana jalam
Mayana nalinamiva vidalitanalam
Radhika virahe tava kesava


“Ei Keshava! De tanta saudade pode-se confundir Radhika com uma flor de lótus exsudando gotas de orvalho. Essas gotas são lágrimas que caem enquanto Ela procura por Você em todas as direções.”
Verso 15
Nayana visayanapi kisalya talpam
Ganayati viíta hutasa vikalpam
Radhika rirahe tava kesava


“Ei Keshava! De tanta saudade a tenra cama de flores de Radhika pode ser confundida com um altar de sacrifícios que arde em chamas.”
Verso 16
Tyajati na pani talena kapolam
Bala sainamiva sayamalolam
Radhika virahe tava kesava
“Ei Keshava! De tanta saudades Radhika está hipnotizada olhando para o chão com Seu rosto apoiado em Sua mão. Essa face pálida pode ser confundida com a lua crescente durante opor do sol.”
Verso 17
Haririti haririti japati sakamam
Viraha vihita maraneva nikamam
Radhika virahe tava kesava
“Ei Keshava! De tanta saudades Radhika está hipnotizada olhando para o chão com Seu rosto apoiado em Sua mão. Essa face pálida pode ser confundida com a lua crescente durante opor do sol.”
Verso 18
Srijayadeva bhanitamiti gitam
Sukhayatu kesava padamupanitam
“Que essa canção de Jayadeva que narra a saudade de Radhika por Keshava aumente o sentimento das almas rendidas.”
Verso 19
sa romancati sitamkaroti vilapatyutkampate tamyati
Dhyayatyudhramyati pramilati patatyudyatti murcchatyapi
Etavatyatanu jvare bara tanujirenna Kim te rasat
Sarvvaidya pratima prasi lasi jadi tyaktohanyatha hastakah
A sakhi prossegue falando: “Ei Madhava! A febre lúbrica de Radhika é tanta que os pêlos de Seu corpo se eriçam de dor, Ela sorri, estremece, e sucumbe exausta. Porém, o pensamento de ter Você a Seu lado vem salva-lA. Com isso Ela fica confusa. Ela olha pelo canto dos olhos, rola pelo chão, e às vezes dá pulos no ar e algumas vezes Ela desmaia. É como se o Cupido A estivesse matando. O último recurso é que Você vá resgata-lA. Você é como um médico celestial e o remédio é o balsamo de Seu doce corpo. Só assim Ela será salva. Caso contrário a morte irá leva-lA.”
Verso 20
Smaraturam daivat vaidya hrdya
Tvadangasngamrtamatra sadhyam
Vimukta vadham kuruse na radha
Mupendrabajradapi darunohasi
“Oh Madhava! O Seu toque nectário durante o divino amor (anga sanga mrita) é mais potente que o remédio de Asvini Kumara. E essa é a única poção que tem poder de salvar nossa sakhi Rai. Portanto, se você demorar saberemos que Seu coração é mais desapiedado que os terríveis raios de Indra.”
Verso 21
Kandarpa jvara samjvaratura tanorascaryamasyasciram
Cetascandana candramah sitalataram tvamekameva priyam
Dhyayanti rahasi sthita kathamapi khina ksanam praniti
É surpreendente o quanto essa febre de amor (kandarpa): itens balsâmicos como o candana, as flores de lótus e os raios da lua apenas incrementam o sofrimento dEla. Por outro lado, Ela emagrece a olhos vistos meditando em Você em profunda solidão, a esperança de encontrar com Você é o único lenitivo que a mantém viva.
Verso 22
Ksanamapi virahah pura na sehe
Nayana nimilana khinnaya yaya te
Svasiti kathamasou rasala sakham
Cira virahena vilokya puspitagram
Radhika não consegue suportar nem pequenos momentos longe de Você, mesmo o piscar dos olhos dEla a deixa muito aborrecida. Como pode Ela então conviver com esse longo período de separação em que Seu ar vital se mantém apenas por Ela ficar olhando fixamente os botões das mangueiras em flor?.
Verso 23
Vrsthi vyakulagokulavana rasaduddhrtya govardhana
Vibhradballava vallabhabhradhikannadacciram cumvitah
Darpenaiva tadarpitadhara tati sindura mudrankito
Bahurgopatanostanotu bhavatam sreyemsi kasadvisah
Esse nobre rapaz de braços fortes que com orgulho levantou a colina de Govardana para proteger Gokula das chuvas torrenciais que recebe beijos incandescentes das vrajas gopis desde tempos imemoriais e que usa em Seu corpo a cúrcuma vermelha que extraiu dos rostos delas, que esses braços cavalheirescos de Shri Krishna traga a você toda boa fortuna.
Assim finda o Capítulo Quatro do Gita Govinda intitulado Snigdha Madhusudana.
Capítulo Cinco
Sankara Pundarikaksah
(Krishna de Olhos de Lótus Anseia por Amor)
A Décima Canção Cantada na Raga Desabarabi
O Viraha de Krishna
Verso 1
Ahamiha nivasami yahi radha
Manuaya madvacanena canayethah
Iti madhuripuna sakhi nijukta
Svayamidametya punarijjadada radham
Krishna diz à sakhi: “Eu vou ficar aqui. Vá até Radha com urgência e a apazigúe com Minhas palavras. Em seguida traga-A até Mim.” Assim a sakhi ordenada por Krishna retorna e lá diz o seguinte:
A Décima Canção Cantada na Raga Desabarabi
O Viraha de Krishna
Verso 2
Vahti malaya samire madanamupanidhaya
Sputati kusumanikare virahi hrdaya dalanaya
Sakhi he sidati tava virahe vanamali
“Ei Radhe! Vanamali sofre o tormento da saudade! O Cupido que despedaça Seu coração se juntou ao aroma de sândalos das montanhas do sul que propaga essa louca paixão e também as flores que desabrocham,todos esses se empenham em torturá-lO.
Verso 3
Dahati sisra mayuke maranamaukaroti
Patati madana visikhe vilapati vikalatarohati
Sakhi sidati tava virahe vanamali
O simples luar arde em seu corpo quase chegando a mata-lO. E as pontiagudas flechas do Cupido ameaçam Sua vida.
Coro
Oh Radhe! O atônito Vanamali caminha em desalentado sofrimento de saudade
Verso 4
Dhavanati madhupa samuhe sravanamapidadhati
Manasi balita virahe nisi nisi rujamupajati
Sakhi sidati tava virahe vanamali
Ao ouvir o zumbir das abelhas que evoca os sons do amor, Krishna cobre Seus ouvidos, mas a cada momento que passa a dor do Seu viraha aumenta.
Coro
Oh Radhe! O atônito Vanamali caminha em desalentado sofrimento de saudade.
Verso 5
Basati vipina vitane tuajati lalita dhama
Uthati dharani bahu vilapati taava nama
Sakhi sidati tava virahe vanamali
Krishna deixou Seu confortável lar para encontra-lA na densa floresta e agora Ele rola pelo chão em ansiedade sem parar de gritar o Seu nome.
Coro
Oh Radhe! O atônito Vanamali caminha em desalentado sofrimento de saudade.
Verso 6
Bhanati kavi jayadeva iti viraha vilasitena
Manasi rasa vibhave barirudayatu sukrtena
Sakhi saditi tava virahe vanamali
Essa descrição de Jayadeva é feita para que o leitor avalie o furor do vihara por Radhika, e isso com certeza fará com que o casal divino estabeleça Sua morada no coração dos bhaktas rendidos.
Coro
Oh Radhe! O atônito Vanamali caminha em desalentado sofrimento de saudade.
Verso 7
Purbbam yatra samam tvaya ratipaterasaditah siddhayas
Tasminneva nikunja manmatha mahatirhe punarmadhavam
Dhyayamstv amanisam japannapi tavaivalapa mantravalim
Bhuyastvat kuca kumba nirbhara parirambhamrtam vanchati
“Ei priya sakhi, Krishna espera ansioso Sua chegada no local que é o maha tirtha do cupido para que as demandas desse amor sejam satisfeitas. Ele agora medita concentrado em Sua forma delicada enquanto canta mantras mágicos que saem de Seus doces lábios em um desejo profundo do néctar que se encontra no abraço apertado contra os Seus seios que são como taças.”
Décima Primeira Canção Cantada na Raga Gurjari.
O Abhisara de Radha
(A Jornada Secreta para Encontrar o Amado)
Verso 8
Rati sukha sare gatamabhisare madana manohara vesam
Nakuru nitambini gamana vilambananusara tam hrdayesam 
Dhira samire yamuna tire vasati vane vanamali
Pina payodharra parisara marddana cancala karayagalsali
A sakhi continua a falar: “Ei nitambini Radhe! Não se demore. Vá para o encontro do amor de Seu coração que a espera nos nikunjas, o traje de cativante lirismo amoroso dEle hipnotiza mesmo o cupido. Você não sabe que o prazer do rati keli dEle com Você significa tudo para Ele. Ahhh! Aquele rapaz de mãos inquietas que beliscam os Seus seios volumosos agora está sentado à beira do Yamuna envolto em guirlandas de flores silvestres onde a brisa refrescante sopra tênue.”
Verso 9
Nama sametam krta sanketam vadyate mrdu venum
Bahu manute tanu sangata pavana calitamapi renum
Dhira samire yamuna tire vasati vane vanamali
Pina payodharra parisaramarddana cancala karayagalsali
“Ele coloca a flauta venu em Seus lábios e a toca em um chamado: ‘Radhe! Radhe!’ Até mesmo a fina poeira que tocou em Seu corpo delicado Ele ali saboreia em adoração.”
Ahhh! Aquele rapaz de mãos inquietas que beliscam os Seus seios volumosos agora está sentado à beira do Yamuna envolto em guirlandas de flores silvestres onde a brisa refrescante sopra tênue.”
Verso 10
Patita patatre vicalita patre sankita bhavadupayanam
Racayati sayanam sacaktia nayanam pasyati tava panthanam
Dhira samire yamuna tire vasati vane vanamali
Pina payodhara parisara marddana cancala karayagalsali
Ao ouvir um pássaro de uma árvore ali próxima, ou mesmo o cair das folhas no chão são como sinais para Ele. Ele pensa que você está chegando e arruma a cama de flores enquanto Seus olhos inquietos procuram por Você nas veredas da floresta.
Ahhh! Aquele rapaz de mãos inquietas que beliscam os Seus seios volumosos agora está sentado à beira do Yamuna envolto em guirlandas de flores silvestres onde a brisa refrescante sopra tênue.”
Verso 11
Mukharamadhiram tyaja manjiram ripumiva kelisu lolalam
Cala sakhi kunjam satimira pujam silaya nila nicolam
Dhira samire yamuna tire vasativane vanamali
Pina payodhara parisara marddana cancala karayagalsali
“Ei nitambini Raí! Livre-se dessas tornozeleiras com sinos que badalam com tanta doçura quando Você faz amor com M€dhava, pois esse som é um traidor barulhento que vai denunciar a Sua jornada secreta. Cubra-se também com essas vestes azuis escuras para ocultar Sua refulgência corpórea pois o nikunja mandir está comberto pelo mantoda noite.”
Ahhh! Aquele rapaz de mãos inquietas que beliscam os Seus seios volumosos agora está sentado à beira do Yamuna envolto em guirlandas de flores silvestres onde a brisa refrescante sopra tênue.”
Verso 12
Urasi murarerupahita hare ghanaiva tarala balake
Taridiva pite rati viparite rajasi sukrta vipake
Dhira samire yamuna tire vasati vane vanamali
Pina payodhara parisara marddana cancala karayagalsali
“Ei Gourangi Radha! Quando Você estiver na escalada do peito de Krishna durante o viparita rati keli Suas guirlandas vão deslizar sobre o peito negro dEle como grous brancos voando em uma escura nuvem carregada.”
Ahhh! Aquele rapaz de mãos inquietas que beliscam os Seus seios volumosos agora está sentado à beira do Yamuna envolto em guirlandas de flores silvestres onde a brisa refrescante sopra tênue.”
Verso 13
Vigalita vasanam parihrta rasanamghatya jaghanamapidhanam
Kisalya sayane pankaja nayane nidhimiva harsa nidhanam
Dhira samire yamuna tire vasati vane vanamali
Pina payodharra parisara marddana cancala karayagalsali
“Oh Radhe de olhos de lótus! Quando Você estiver na cama de flores Krishna com voracidade tirará Suas roupas e a corrente com sinos da cintura. E ao visualizar Suas ancas Ele saberá que esse tesouro mais precioso está ali à Sua frente.”
Ahhh! Aquele rapaz de mãos inquietas que beliscam os Seus seios volumosos agora está sentado à beira do Yamuna envolto em guirlandas de flores silvestres onde a brisa refrescante sopra tênue.”
Verso 14
Hariratimani rajaniridanimiyamapi yati viramam
Kuru mama vacanam satvara racanam
Puraya madhuripu kamam
Dhira samireyamuna tire vasati vane vanamali
Pina payodhara parisara marddana cancala karayagalsali
“Oh Radha! Você é a cobiçada amante conjugal (rati nayika) de Krishna, porém a noite é fugaz, então por favor cumpra a promessa que fiz a Ele e vá rapidamente satisfazer os desejos de Madhuripu.”
Ahhh! Aquele rapaz de mãos inquietas que beliscam os Seus seios volumosos agora está sentado à beira do Yamuna envolto em guirlandas de flores silvestres onde a brisa refrescante sopra tênue.”
Verso 15
sri jayadeva krta hari seve bhanati parama ramaniyam
pramudita hrdayam harimatisadyam
namata sukrta kamaniyam
dhira samire yamuna tire vasati vane vanamali
pina payodharra parisara marddana cancala akrayagalsali
Oh leitores! Ouçam com atenção essas sedutoras narrações feitas pelo bhakta Jayadeva. Ofereça pranama ao casal divino, o abrigo misericordioso e objetivo supremo dos rasikas bhaktas.
Ahhh! Aquele rapaz de mãos inquietas que beliscam os Seus seios volumosos agora está sentado à beira do Yamuna envolto em guirlandas de flores silvestres onde a brisa refrescante sopra tênue.”
Verso 16
Vikirati muhuh svasanasahpuro muhurikasate
Pravisati muhuh kunjam gujanamahurbhau tamyati
Racarati muhuh sajyam pariyakulam muhuriksate
Madana kadana klantah kante priyastava varttate
“Oh Radhe! As flechas do cupido torna a respiração do Seu amado dificultosa. Ele repetidas vezes sai do nikunja esperando encontrá-lA, porém sem êxito Ele volta para se lamentar. Nisso Ele volta a arrumar a cama de flores e depois volta a sair para dar uma outra olhada nas vazias veredas e um confuso abandono toma conta dEle com Sua dolorosa paixão.”
Verso 17
Tvadvamyena samam samagramadhuna tigmamsurastam gato
Govindasya manorathena ca samam praptam tamah sandratam
Kokanam karunasvanena sersi dirgha madabhyarthana
Tanmugdhe viphalam vilambanamasou ramyohabhisaraksanah
“Oh Radhe! O por do sol facilitará Sua jornada, além disso a escuridão incrementa o desejo de Krishna. Como um pássaro chakravaka que emite estridentes gritos de amor, eu da mesma maneira apelo a Você para partir imediatamente. O momento do abhisara chegou. Oh moça encantadora! Não há porque postergar a hora dos amantes se encontrarem.”
Verso 18
Asleyadanu cumbanadanu nakhollekahadanu svantaja
Prodbodhadanusambhramadanu ratarambhadanu pritayon
Anyartham gatayobharanmilitayoh sambhasanairjanator
Dampatyoriha ko na ko na tamasivirdavimisra rasah
“Oh Radhe! Vocês vão procurar um pelo outro e irão se encontrar na calada da noite. O que vai se seguir é uma conversa repleta de rasa acompanhada por abraços, beijos, arranhões, e o desejo aumentando ainda mais nas vertiginosas alturas do amor. A principio Você sentirá medo e hesitação, mas quando o rati keli começar Você só experimentará euforia e incontáveis sentimentos de êxtase que aflorarão.”
Verso 19
Sabhaya cakitam vinyasyantim drsou timire pathi
Pratitaru muhuh sthitva mandam padani vitanvatim
Kathamapi rahah praptamangairananga tarangibhih
Sumukhi subhangah pasyan as tvamupaitu krtarthatam
“Ei Radhe de face amorosa! Vá pelos atalhos e quando descansar sob alguma árvore não deixe de olhar para trás para ver se alguém a segue. E assim finalmente você chegará ao ermo local do encontro. E quando Krishna ver o Seu corpo sensual que é como o propagar das ondas da paixão do Cupido (ananga taranga murati). Essa onda de jubilo lascivo vai se formar no movimento de Seu corpo sorrateiro. Ele então vai considerar que Sua vida agora é exitosa. Deixe que Ele celebre esse momento.”
Verso 20
Radha mugdhamukharavinda madhurpastrailokya mauli sthali
Nepathyoccita nili ratnamavani bharavatara ksamah
Svacchandam vraja sundari jana manastosa pradosasciram
Kamsa dvamsan dhumaketuravatu tvam devaki nandanah
Krishna é o abelhão encantado pelo mel do rosto (mukaravinda) de Radha, Ele é a jóia da coroa dos três mundos e a reluzente safira azul (nilamani) de Vrindavana. Ele é saboreado pelos corações das Vraja sundaris como a forma de desfrute do amor personificado. Além disso Ele se torna a morte personificado para demônios como Kamsa. Oh bhaktas que esse Devaki Nandana proteja todos vocês.! Assim finda o Quinto Capítulo do Gita Govinda intitulado Samkara Pundarikaksah.
Capítulo Seis
Drsta Vaikunta
(O Audacioso Amante Krishna)
Verso 1
Atha tam ganttamasaktam ciramanuraktam latagrhe drstva
Taccaritam govinde manasijamande sakhi praha
A consorte apaixonada (Radhika) de Govinda nisso entra na lata mandira (retiro de parreiras) pois a ua ardente paixão a deixa incapacitada de sair dali e pede que Sua sakhi vá a frente para informar a Ele da lamentável condição dEla. Assim Ela vai até Govinda e diz o seguinte:
Décima Segunda Canção Cantada na Raga Gumakari
Radha Aguarda a Chegada de Krishna
(Basaka Saja)
Verso 2
Pasyati disi rahasi bhavantam
Tadahara madhura madhuni pibantam
Natha hare sadidati radha vasagrhe
“Ei Prabhu! Raí Kishori só vê Você onde quer que vá; Ela em Sua solidão sente que Você está beijando outros lábios.”
Coro: “Oh Gopinatha! Raí Kishori sofre de ansiedade esperando por Você no nikunja mandira.”
Verso 3
Tvadabhisarana rabahsena valanti
Patati padani kiyanti calanti
Natha hare sadidati radha rasagrhe
“A loucura dEla é tal querendo encontrar com Você que isso impulsionou-A a sair correndo de casa, porém os Seus passos eram tao cambaleantes que Ela sucumbiu no chão inconsciente.”
Coro: “Oh Gopinatha! Raí Kishori sofre de ansiedade esperando por Você no nikunja mandira.”
Verso 4
Vihita vasada visa kisalaya valaya
Fivati paramiha tava rati kalaya
Natha hare sadidati radha rasagrhe
“Para amenizar a febre Radha usa braceletes e folhas feitas da flor de lótus que simbolizam esse amor e é o intenso desejo de desfrutar rati keli com Você que a mantém viva.”
Coro: “Oh Gopinatha! Raí Kishori sofre de ansiedade esperando por Você no nikunja mandira.”
Verso 5
Muhuravalokita mantana lila
Madhuripurahamiti bhavana sila
Natha hare sadidati radha vasaygrhe
““Para amenizar essa saudade Radha se veste como Você e ao olhar para os Seus próprios ornamentos Ela fantasia: ‘Eu Sou Krishna, o inimigo de Madhu”.
Coro: “Oh Gopinatha! Raí Kishori sofre de ansiedade esperando por Você no nikunja mandira.”
Verso 6
Tvaritamupaitina kathamabhisaram
Haririti vadati sakhimanuvaram
Natha hare sadidati radha vasaygrhe
““Radha não para de perguntar a Sua sakhi: ‘Por que Krishna ainda não veio para Me encontrar.”.
Coro: “Oh Gopinatha! Raí Kishori sofre de ansiedade esperando por Você no nikunja mandira.”
Verso 7
Slisyati cumbati jaladhara kalpam
Harirupagata iti timiramanalpam
Natha hare sadidati radha vasaygrthe
““Imaginando que Você chegou, Radha abraça em ansiedade as formas negras que são geradas com a densa escuridão da noite na floresta e diz beijando essas sombras: ‘Hari chegou!”.
Coro: “Oh Gopinatha! Raí Kishori sofre de ansiedade esperando por Você no nikunja mandira.”
Verso 8
Bhavati vilambini vigalita lajja
Vilapati roditi basaka sajja
Natha hare sadidati radha vasagrhe
“Não suportando mais a espera Radha já perdeu toda compostura e Ela pranteia como uma basaka saja nayika (a heroína que se veste e ornamenta o local do encontro amoroso enquanto espera a chegada do amado).”
Coro: “Oh Gopinatha! Raí Kishori sofre de ansiedade esperando por Você no nikunja mandira.”
Verso 9
Srijayadeva kaveridamuditam
Rasikajanam tanutamatimuditam
““Que essa canção escrita pelo poeta Jayadeva traga satisfação aos rasika bhaktas.”
Verso 10
Vipula pulaka palih sphita sitharmantu
Janita jarima kaku vyakulam vyaharanti
Tava kitava vidhayamanda kandarpa cintam
Rasa jaladhi nimagna dhyanalagna mragaksi
““Ei enganador! Radha de olhos de corça estremece de desejos só em pensar em encontrar Você. Seusgemidos de dor não permite que compreendamos Suas palavras e Ela mergulha em profunda meditação dentro do oceano de rasa do kandarpa keli que executa com Você. A voz dEla despedaça-se em um frio de intenso temor e assim Ela cai em desolação.”
Verso 11
Angesvabharanam karoti vahusah patrhapi sancarini
Praptam tvan parisankate vitanute sayam ciram dhyayati
Ityakalpa vikalpa talpa racana sankalpa lila satã
Vyasaktapi vina tvaya varatanurnaisa nisam nesyati
““Esperando a Sua chegada Radhika está toda decorada e ao ouvir o sopro do vento nas árvores ou o cair das folhagens Ela pensa que Você chegou. Então Ela vai preparar a cama enquanto medita estar deitada a Seu lado. Ela procura se manter ocupada fazendo uma coisa ou outra mas Sua mente evoca centenas de detalhes a Seu respeito. Com certeza Ela não sobreviverá essa noite sem Você.”
Verso 12
Kim visramyasi krsna bhogi bhavane bhandira bhumiruhe
Bhartyahi na drsti gocaramitah sananda nandaspadam
Radhaya vacanam taddhvaga mukuhannandtike
Gopato Govindasya jayanti sayamatihi prasastya garbha girah

Devido a demora de Krishna Radha manda uma sakhi até a casa de Nanda dizer o seguinte: “Acabei de sair da casa de Radha e Ela me perguntou o porque descansar embaixo de uma figueira de bengala. Ela advertiu sobre o perigo de uma serpente negra que anda por ai.”
Krishna ao ouvir essas palavras interpreta da seguinte maneira: “ Oh amado! Você não vai ficar comigo debaixo da figueira de bengala que é a morada do prazer onde Você vivencia param ananda?”
Que a mensagem secreta de Radha a Krishna seja eternamente glorificada.
Assim finda o capitulo seis do Gita Govinda chamado Drstha Vaikuntha.

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